Alemanha deve negociar com China, mas precisa proibir atuação em investimentos críticos, diz Berlim

Segundo ministro da Economia alemão, vai ser muito difícil para o país "dizer adeus completamente" à parceria comercial com Pequim, mas que tudo deve ser analisado. Autoridade alemã também criticou medida dos EUA que interfere na economia europeia.

Nesta quarta-feira (22), o ministro da Economia alemão, Robert Habeck, disse que ninguém está sugerindo que a Alemanha deva parar de negociar com a China, entretanto ressaltou que os investimentos de Pequim em setores críticos devem ser examinados de perto.

“Nada fala contra continuar a manter relações econômicas com a China […] É completamente impossível para a economia alemã dizer adeus rapidamente […] Isso significa que nos setores críticos de nossa economia, temos que julgar e proibir a influência estratégica de investimentos críticos”, disse Habeck em uma conferência hoje (23) segundo a Reuters.

A Alemanha está tentando reduzir sua dependência de Pequim e está desenvolvendo uma nova estratégia para o gigante asiático, mas pode ser uma tarefa complicada com os profundos laços comerciais entre as maiores economias da Europa e da Ásia.

Como exemplo desse movimento, Berlim bloqueou a participação chinesa em dois fabricantes de chips nacionais por “questões de segurança” no começo deste mês. Em seguida, o MRE chinês lançou uma nota pedindo que o governo de Olaf Scholz parasse com o protecionismo contra empresas chinesas, conforme noticiado.

Ainda durante a conferência, Habeck disse que a Europa também está trabalhando para resolver uma disputa comercial com os EUA depois que Washington aprovou a Lei de Redução da Inflação, que, segundo ele, poderia prejudicar as empresas europeias e atrair investimentos para fora do continente, acrescentando que a disputa deve ser resolvida nas próximas semanas, relata a mídia.

Do ponto de vista europeu, a lei é uma violação das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) que não pode ser aceita a longo prazo, disse o ministro.

“O que isso significa para a Europa? Devemos agir de forma mais rápida, decisiva e resoluta. Não é uma questão de dinheiro, mas somos muito lentos em gastá-lo“, acrescentou.

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