China diz que interferência dos EUA em 5G no Brasil visa “preservar interesses egoístas da supremacia americana”

“A esse tipo de comportamento que busca publicamente coagir os outros países na construção do 5G e sabotar a parceria sino-brasileira, manifestamos forte insatisfação e veemente objeção”, diz um trecho da nota divulgada pela Embaixada da China no Brasil

A Embaixada da China no Brasil divulgou nota criticando a tentativa de interferência dos Estados Unidos para barrar a Huawei de entrar na infraestrutura de telecomunicações do Brasil por meio do sistema 5G. No texto, a embaixada ressalta que o objetivo dos EUA “é difamar a China e cercear as empresas chinesas de alta tecnologia com a finalidade de preservar seus interesses egoístas da supremacia americana e o monopólio na ciência e tecnologia”.

“A esse tipo de comportamento que busca publicamente coagir os outros países na construção do 5G e sabotar a parceria sino-brasileira, manifestamos forte insatisfação e veemente objeção”, ressalta a nota. “Acreditamos que o Brasil vai fornecer regras de mercado em sintonia com os parâmetros de transparência, imparcialidade e não discriminação para empresas chinesas e de qualquer outra nacionalidade, bem como continuar a manter um bom ambiente de negócios para a cooperação econômico-comercial sino-brasileira”, diz outra parte do texto.

Nesta semana, o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, visitou o Brasil e ofereceu ao governo Jair Bolsonaro apoio para que o Brasil se torne um sócio global da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), como moeda de troca para vetar o 5G da China.

Confira a íntegra da nota da Embaixada da China no Brasil.

Declaração a respeito dos comentários sobre Huawei do Porta-voz da Embaixada dos EUA

Os ataques dos EUA à segurança da tecnologia 5G e às empresas chinesas são mal-intencionados e infundados. Seu verdadeiro objetivo é difamar a China e cercear as empresas chinesas de alta tecnologia com a finalidade de preservar seus interesses egoístas da supremacia americana e o monopólio na ciência e tecnologia. A esse tipo de comportamento que busca publicamente coagir os outros países na construção do 5G e sabotar a parceria sino-brasileira, manifestamos forte insatisfação e veemente objeção.

Nos últimos trinta anos, a Huawei construiu mais de 1.500 redes de telecomunicação em mais de 170 países e territórios, atendendo a mais de um terço da população global, e não teve, sequer, um único incidente de segurança. Aliás, nenhuma prova foi apresentada que aponta a existência de um suposto “backdoor” em produtos da empresa. As soluções 5G da Huawei são avançadas e seguras, fato reconhecido pela maioria das operadoras do mundo. Com 22 anos de atuação no Brasil, a Huawei criou mais de 16 mil postos de trabalho, mantém boa cooperação com mais de 500 empresas brasileiras e fornece equipamentos a quase metade das redes de telecomunicação e 40% da rede núcleo do país, atendendo a 95% da população brasileira. Seus produtos e serviços são altamente reconhecidos pelo mercado.

Os EUA são reconhecidamente o maior “império de hackers” do mundo e constituem uma verdadeira ameaça à segurança cibernética global. Durante muito tempo, agências de inteligência dos Estados Unidos conduziram, em grande escala e de forma organizada e indiscriminada, atividades de vigilância e espionagem cibernéticas contra governos, até mesmo dos seus aliados, empresas e indivíduos estrangeiros, com graves violações da privacidade e da segurança de terceiros. Sem nenhuma base factual, os EUA abusam do seu poder de Estado para difamar, por qualquer meio, as empresas chinesas de alta tecnologia. Este grosseiro ato hegemônico já foi e continua sendo criticado amplamente pela comunidade internacional.

Acreditamos que o Brasil vai fornecer regras de mercado em sintonia com os parâmetros de transparência, imparcialidade e não discriminação para empresas chinesas e de qualquer outra nacionalidade, bem como continuar a manter um bom ambiente de negócios para a cooperação econômico-comercial sino-brasileira .

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