China e Brasil implantarão radar em novo satélite, mas acordam que aparelho não terá função militar

A produção do CBERS-6 será discutida na viagem do presidente Lula a Pequim daqui a 13 dias. Enquanto ela não acontece, detalhes do projeto vão sendo acertados entre especialistas chineses e brasileiros.

No final de fevereiro, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, disse à Sputnik que o Brasil tinha a intenção de, em seis meses, começar a construir um novo satélite do Programa de Satélites de Recursos Terrestres (CBERS) com a China.

O CBERS é um programa de cooperação tecnológica entre Pequim e Brasília, que teve seu primeiro lançamento de satélite, o CBERS-1 em 1999, e já teve mais de quatro oficialmente lançados.

A novidade deste que está para ser produzido é que ele virá com radares, algo que não existia nos projetos anteriores. Entretanto, o entendimento entre brasileiros e chineses é de que a nova geração de aparelhos não teria funções militares, relata a coluna de Jamil Chade no UOL.

Na visita à China do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o satélite será debatido. Fontes do Palácio do Planalto e do Itamaraty confirmaram que o tema estará na agenda do presidente que visitará Pequim e Xangai entre dias 28 e 30 de março.

A viagem ainda contará com diversos membros do governo, entre eles a ministra Luciana Santos, escreve a mídia.

Em um documento preparado pela equipe de transição do petista, a ideia de voltar a cooperar com Pequim na produção de satélites já estava destacada como uma das prioridades. Entre as sugestões ao novo governo, a equipe formada por diplomatas, ex-ministros e especialistas defendia “avaliar a possibilidade de retomar a cooperação espacial com a China“.

O colunista sublinha que do lado chinês, um dos objetivos é demonstrar ao novo governo brasileiro que uma aproximação aos interesses de Pequim trará vantagens ao país.

Algo que colabora com a ausência de grandes anúncios por parte da Casa Branca durante a viagem de Lula para Washington, em fevereiro, o que reforçou a tese de que uma relação com a China pode ser uma aposta importante para os próximos quatro anos.