China está desenvolvendo trens-bala com asas; entenda o motivo

A rede ferroviária da China é conhecida por ser a mais rápida do mundo atualmente, com trens-bala capazes de rodar a até 350 km/h. Na última segunda-feira (22), o país anunciou que pretende tornar o meio de transporte ainda mais rápido, e uma equipe de cientistas do sudoeste do país sugeriu uma maneira inusitada de fazer isso: adicionando asas aos trens.

Um estudo conduzido pela equipe concluiu que acrescentar cinco pares de asas de pequeno porte em cada vagão geraria sustentação adicional e reduziria o peso do trem em quase um terço, elevando a velocidade máxima para 450 km/h.

A pesquisa pertence a um projeto chamado CR450, lançado no país no início deste ano e que tem como objetivo desenvolver uma nova geração de trens de alta velocidade. A ideia considera uma série de questões técnicas relacionadas a controle automático, design de rodas, sistema de direção, atualizações do sistema ferroviário e medidas de segurança.

De acordo com os pesquisadores, a implementação do projeto tornaria o meio de transporte 30% mais rápido. Por outro lado, com o aumento da velocidade, o desgaste das rodas também aumentaria, encurtando o ciclo de reparo e a vida útil delas.

“O trem de alta velocidade com asas elevatórias é uma inovação no conceito tradicional de design aerodinâmico de trens de alta velocidade para reduzir o consumo geral de energia e os custos operacionais”, informou a equipe do Centro de Inovação de Dinâmica de Fluidos de Chengdu, liderada pelo engenheiro pesquisador Zhang Jun, em um artigo publicado na revista chinesa Acta Aerodynamica Sinica na última quinta-feira (18).

Maglev (Imagem: Reprodução/Xinhua)

Zhang e sua equipe concluíram que o novo recurso pode gerar força suficiente para levantar o veículo sem o risco de colisões, mas alertou que a tecnologia deve ser projetada e instalada com o maior cuidado possível. Dessa forma, os pesquisadores estimam que as asas devem se estender entre 1,5 e 2 metros acima do tetos dos vagões.

Segundo Zhang, se o trem viajar a 450 km/h, ele produzirá uma corrente de ar de alta velocidade perto da superfície do teto que pode causar uma turbulência se as asas estiver acopladas em uma posição muito baixa; caso as asas sejam posicionadas em uma altura muito acima do esperado, o veículo pode sofrer com as correntes de ar geradas por elas, considerando que o posicionamento pode criar mais resistência do que sustentação durante o trajeto.

Com base em relatos da mídia chinesa, os primeiros trens do projeto CR450 deverão operar em uma nova linha ferroviária de 300 km de extensão, prevista para ser concluída em cinco anos, entre as províncias de Chengdu e Chongqing, dois dos principais pólos econômicos no sudoeste da China.

Para alguns especialistas do país, a implantação da nova tecnologia seria mais econômica e viável em termos de produção em massa comparada com o trem de levitação magnética, também conhecido como maglev, que consegue viajar a 600 km/h.

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