Mourão e Lira limitam chance de impeachment de Bolsonaro, diz Rodrigo Maia

O deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse hoje que o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) e o atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) limitam a chance de um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro.

“O Mourão, como vice, e a importância do presidente [Bolsonaro] na candidatura de Arthur Lira limitam qualquer chance de processo de impeachment, apesar de o presidente estar extrapolando tanto todos os limites”, disse Maia durante entrevista, conduzido pela apresentadora Fabíola Cidral e que conta com as participações dos colunistas Tales Faria e Thaís Oyama.

Segundo ele, Mourão não tem confiança política do plenário da Câmara como havia com o então vice-presidente Michel Temer durante o governo de Dilma Rousseff. “Você tinha Temer vinculado à política e [Eduardo] Cunha, que operou o impeachment. Um impeachment desse, pelo que compreendi como deputado da planície, aquela operação foi toda construída pelo presidente da Câmara”, disse ele, reforçando que “a força de Cunha com a credibilidade de Temer no parlamento” fortaleceram o impedimento da ex-presidenta. “Tanto que todos os partidos que apoiaram o impeachment governaram com Michel Temer.”

Maia afirma não se arrepender de não ter aberto um processo de impeachment contra Bolsonaro. O ex-presidente da Câmara dos Deputados disse que não havia clima político na época e que fortaleceria a narrativa do presidente de que querem “dar um golpe” no governo federal.

“O presidente da Câmara sozinho defere o prosseguimento, o início do processo é uma decisão exclusivamente política. É óbvio que o presidente, e hoje tenho muito mais liberdade para falar do que antes, é óbvio que há características de crime de responsabilidade. Agora, como é uma decisão política, temos que olhar a composição da comissão processante e depois o Plenário”, disse Maia.

“Um resultado favorável ao presidente, e ele teria, a minha decisão foi sempre na questão política. Nunca tivemos as condições para avançar com o processo de impeachment. A chance política não estava dada na minha presidência.”

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