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terça-feira - 16 abril 2024 - 04:19

Operação militar na Amazônia deve começar em 10 dias, avisa Mourão

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, afirmou na manhã desta sexta-feira (18) a jornalista em Brasília que a operação militar para combater crimes na Amazônia deve começar em 10 dez dias.

“O documento com a exposição de motivos já está no SEI [sistema eletrônico de informações] e cada ministro envolvido tem que dar o seu visto. Aí passa pela assessoria jurídica de cada ministério. Apesar de ser um documento de duas páginas, sempre tem a burocracia. Mas a previsão é começar dia 28 de junho.

Há dois dias, Mourão afirmou que o presidente Jair Bolsonaro deveria assinar, até esta quinta-feira (17), o decreto da GLO (Garantia da Lei e da Ordem) para colocar em prática a operação. Essa etapa é necessária para formalizar a operação.

Inicialmente, o governo rascunhou uma operação militar em 11 municípios amazônicos para combater o desmatamento, mas a estratégia foi ampliada e deverá atingir 25 cidades.

“Começa com dois meses e, se for necessário, a gente estende. Serão R$ 25 milhões por mês em 25 municípios. Aumentamos para esses 25 municípios que englobam 89% do desmatamento que a gente está acompanhando”, explicou o general da reserva na última quarta-feira.

Histórico

Mourão, que preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal, tinha anunciado em fevereiro o fim da Operação Verde Brasil 2, a qual encerrou em 30 de abril. Na ocasião, porém, o vice-presidente havia sinalizado que, se fosse necessário, os militares seriam novamente acionados.

O efetivo militar ainda está sendo calculado para aquela que deverá ser um tipo de “Verde Brasil 3”. A força militar deve ser inferior àquela utilizada entre o ano passado e este ano.

As ações vão se concentrar em locais onde, historicamente, ocorrem os maiores índices de queimadas e desmatamento. Na relação inicial, havia 11 municípios prioritários: São Félix do Xingu, Altamira, Novo Progresso, Pacajá, Portel, Itaituba e Rurópolis, todos no Pará; as regiões de Apuí e Lábrea, no Amazonas; a região de Colniza, no estado do Mato Grosso; e Porto Velho, em Rondônia.

Na operação Verde Brasil 2, que ocorreu entre maio de 2020 e abril de 2021, foram aplicados R$ 410 milhões, segundo Hamilton Mourão. Quando a iniciativa foi encerrada, o governo anunciou o Plano Amazônia 21/22, que já previa a continuidade de operações nas áreas prioritárias.

Caçada a serial killer

Perguntado se o Exército, especializado em operações na selva, não seria a força de segurança mais adequada para a caçada a Lázaro Barbosa de Sousa, serial killer que está em fuga da polícia de Goiás, Mourão defendeu os agentes estaduais.

“As polícias têm tropas especializadas, principalmente a área onde ele está, de mato, cerrado. Não é simples você achar uma pessoa. É uma área larga, você tem que isolar, faz o círculo 1 e depois você vai dividindo por quadrante e vai vasculhante quadrante por quadrante. Até você achar o cara. É igual buscar leão na selva, vai batendo mato. É uma operação demorada, não é simples”, analisou o general da reserva do Exército.

Para Mourão, a demora na captura é “normal”. “Se fosse uma pessoa só, era mais fácil. O cara se mete em cima de árvore, vai para baixo de tubos. Não é simples, ainda mais que a área é grande e tem muita ravina (depressão no solo causada por erosões) e uma operação de vasculhamento é isso aí: você tem que ir apertando até chegar no ponto em que o cara está. Demora.”

Lázaro, de 32 anos, ficou conhecido como maníaco do Centro-Oeste após a chacina de uma família no Distrito Federal. O crime violento deixou o pai e dois filhos mortos na casa, enquanto a mãe foi sequestrada, morta e deixada próximo a um córrego. Após o crime, ele fugiu para o município de Cocalzinho de Goiás (GO).

Desde então, a polícia tem procurado pelo homem que apresenta traços de um assassino em série. Além da chacina da família, Lázaro é suspeito de diversos outros casos de roubo, estupro e homicídio. Entre as evidências encontradas do criminoso, estão materiais ritualísticos, além do depoimento de reféns que reforçam o comportamento de fanatismo do serial killer.

Mais de 400 oficiais trabalham nas buscas, incluindo aitradores de elite. Também estão sendo utilizados drones e helicópteros para o monitoramento das matas.

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