China está promovendo yuan no mundo para impedir que EUA usem dólar como arma, opina analista

Desde 2019, o volume do yuan no sistema financeiro global triplicou, escreve a Bloomberg.

(Foto: Sputnik / Alexander Yuriev)

A China está promovendo ativamente a sua moeda e lutando contra o domínio do dólar: a publicação observa que as aspirações da China são apoiadas por muitos países ao redor do mundo que não gostam da hegemonia financeira dos EUA e que o dólar seja usado como arma.

Ao longo do ano passado, o governo chinês tem sido ativo na negociação de acordos com países como a Rússia, Arábia Saudita, Brasil e até mesmo a França para expandir a influência do yuan.

Esses passos ajudam a República Popular da China a ganhar um lugar mais significativo no sistema financeiro mundial, observa a publicação. Tudo isto acontece no contexto de crescentes tensões geopolíticas e de transformação gradual do comércio global num “campo de batalha”.

De acordo com Bloomberg, as sanções contra a Rússia mostraram o desejo dos EUA de usar o dólar como arma e este tem sido o passo que contribuiu para popularizar o yuan.

Segundo o funcionário da UBS Global Wealth Management, Adrian Zuercher, a China procura mostrar que o mundo existe além dos países ocidentais. Zuercher observa que a mensagem da China é essencialmente que “não precisamos do dólar americano”, algo que tem merecido apoio em muitos países do mundo, insatisfeitos com o domínio do dólar, diz Bloomberg.

A publicação também observa que a China está colaborando ativamente com a Rússia na esfera financeira. Separada do sistema de pagamentos bancários internacionais SWIFT, a Rússia começou a usar ativamente o yuan no comércio, na poupança privada e nas transações internacionais.

A China desenvolveu seu próprio sistema CIPS: é independente do SWIFT e é usado não apenas por instituições financeiras russas, mas também por instituições brasileiras e de outros países.

As sementes do movimento da Rússia em direção ao yuan foram plantadas em 2014, lembra a Bloomberg.

O yuan substituiu o dólar e o euro como a moeda mais usada da Rússia. Agora, Moscou até usa a moeda chinesa em transações nas quais a China não está envolvida, observa a publicação: por exemplo, um acordo recente entre a Rússia e o Bangladesh para construir uma usina nuclear foi concluído em yuan.