China vai encarecer o pãozinho, mas pode incentivar o Brasil a ser exportador de trigo

No Brasil, essas “boas notícias” chegaram, onde a intenção de aumento de área de plantio do grão já está sendo anunciada pelos produtores.

A fome chinesa pelo trigo, que já está nos preços internacionais e deverá se acentuar, vai fazer o brasileiro pagar cada vez mais caro pelo pãozinho, mas também oportunizará a possibilidade de crescimento expressivo da produção doméstica. E o Brasil pode virar um exportador líquido.

Para aqueles que se acostumaram a ouvir do déficit nacional do cereal, que obriga as indústrias a dobrar, ou mais que dobrar, as importações sobre o volume produzido, como em 2020, pode soar estranho. Ainda mais quando se está pagando entre R$ 15 e R$ 18 o quilo do pão francês em São Paulo, como atualmente.

Os preços de Chicago, acima de US$ 6/bushel (nesta quinta, 1, o maio caiu 7 pontos), já estão tendo o suporte do crescente volume comprado pela China. O trigo do Mar Negro, baseado em Rússia e Ucrânia, já carrega R$ 35 a mais pela tonelada, também ajudado pela taxação extra das exportações promovidas no primeiro país

No Brasil, essas “boas notícias” chegaram, onde a intenção de aumento de área de plantio do grão já está sendo anunciada pelos produtores. Claro, precisa combinar com o clima, com a conjuntura econômica interna e sanados alguns gargalos sanitários.

Voltando à China, temos o sintoma bastante nítido. O gigante produz muito, 140 milhões/t, cerca de 50% dos estoques globais, mas tem desovado cada vez mais para suprir a ração animal. A ideia é substituir mais o milho e não tanto o farelo de soja, ao contrário do que a Bloomberg noticiou usando fontes chinesas.

Em 2019, os importadores chineses buscaram 9 milhões de toneladas no exterior. Em 2020, deve ter chegado a 10/12 milhões, fazendo uma projeção a partir do resultado dos nove primeiros meses, de 6 milhões/t, o último número oficial conhecido.

A demanda do país asiático pode chegar ao Brasil já neste ano, se consolidadas as previsões de mais área e maior produção internas, mesmo que ainda falte para o consumo interno e o complemento precise ser importado. Bom, mas aí é outra história e o mercado é livre para fazer com o trigo o mesmo que os arrozeiros fizeram em 2020, quando o Brasil entrou na lista dos grandes exportadores.

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