Governo quer reduzir tributos e treinar pessoas para atrair produtores de semicondutores ao Brasil

Na semana passada, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, se reuniu com representantes de vários segmentos, entre eles informática, componentes eletrônicos e dispositivos móveis para traçar uma estratégia visando a produção de chips no Brasil.

Um dos produtos que mais enfrentou dificuldade em sua produção durante e após a pandemia foram os semicondutores. A falta dos chips no mercado afeta diversas indústrias, que vão de telefonia celulara à fabricação automóveis. Além disso, a escassez intensificou questões econômicas e geopolíticas entre países, especialmente entre Estados Unidos e China.

Com esse cenário, o governo brasileiro está preparando uma nova política para atrair fabricantes de semicondutores para o Brasil.

De acordo com o jornal O Globo, possíveis medidas que podem ser adotadas para atrair os fabricantes seriam redução de tributos, menos burocracia na importação dos insumos para esses produtos e estímulo ao treinamento de profissionais qualificados, entre outras medidas para expandir os investimentos nessa área.

No início do mandato do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2007, o país criou o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (Padis), dando crédito financeiro a empresas que investem em desenvolvimento de tecnologia, mas, segundo a mídia, o governo percebe que o programa tem que ser atualizado.

“O Padis vai ser reavaliado e melhorado. Há um compromisso firmado entre os ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento nesse sentido”, disse Uallace Moreira, secretário de Desenvolvimento Industrial, Comércio, Serviços e Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

Ainda segundo a mídia, um exemplo super recente que mostra a profundidade da crise no setor foi o anúncio o anúncio feito pela Volkswagen, semana passada, da suspensão temporária de três de suas quatro fábricas em atividade no país.

“Estimamos que em 2021 deixamos de produzir 370 mil veículos por falta de componentes eletrônicos no Brasil. No ano passado, quase 250 mil. Para este ano, a estimativa é de perda potencial de 113 mil veículos“, disse Márcio de Lima Leite, presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Representantes de vários segmentos, entre eles informática, componentes eletrônicos e dispositivos móveis, reuniram-se com o vice-presidente Geraldo Alckmin semana passada. Segundo o presidente da Associação da Indústria Elétrica e Eletroeletrônica (Abinee), Humberto Barbatto, ele disse haver preocupação do governo em ter uma política para semicondutores.

“Estamos trabalhando junto com o Mdic, para que o assunto seja resolvido”, afirmou Rogério Nunes, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores (Abisemi), que esteve também na reunião.

Hoje, os maiores produtores são Taiwan e Coreia do Sul. Mas, com a política de incentivo americana, os EUA dominam o setor em propriedade intelectual e lucratividade.