Teich diz à CPI da Covid que não passou orientação para produzir cloroquina

O ex-ministro da Saúde Nelson Teich declarou na manhã de hoje, em depoimento à CPI da Covid, que durante sua gestão não passava orientações para que o laboratório químico e farmacêutico do Exército produzisse hidroxicloroquina. Luiz Henrique Mandetta, ontem, disse que a ordem não passou pela sua gestão.

O relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), Renan Calheiros (MDB-AL), questionou se o ex-ministro tinha conhecimento dessa produção. Em resposta, Teich negou.

Teich alegou que não passava orientação e que se posicionava de forma contrária a recomendação do uso de cloroquina para populações indígenas e, caso soubesse, não deixaria isso acontecer.

Teich pediu demissão por divergir sobre cloroquina

Nelson Teich passou a gerir o Ministério da Saúde em 17 de abril de 2020, após a saída de Luiz Henrique Mandetta, que depôs ontem na CPI da Covid. O oncologista geriu o ministério por menos de um mês, e deixou a pasta em 15 de maio de 2020.

A saída do governo se deu por “desalinhamento” com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a ampliação do uso da cloroquina e hidroxicloroquina, remédios sem comprovação científica para o tratamento de pacientes diagnosticados com covid-19.

“A vida é feita de escolhas e eu hoje escolhi sair”, disse Teich ao pedir demissão. O ex-ministro declarou que quem julgaria o presidente Bolsonaro não seria ele, mas sim “o futuro”. Na altura, a média móvel de mortes pela covid-19 no Brasil era de 706 óbitos por dia. Hoje, a média é de 2.361, com o país totalizando 411.854 óbitos pela doença.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui