Sanções “sem precedentes” contra a Rússia “falharam” e causaram danos a quem as criou, diz Putin

"As sanções não foram isentas de custos para os próprios iniciadores", disse o presidente russo, citando a "deterioração da dinâmica econômica nos EUA e nos países europeus"

Falhou a tentativa do Ocidente de provocar colapso do sistema bancário e criar escassez de produtos na Rússia por meio de sanções, disse nesta segunda-feira (18) o presidente russo Vladimir Putin.

Sem contar na deterioração na qualidade de vida material dos cidadãos europeus, disse o presidente russo em uma reunião.

Tudo foi calculado “para enfraquecer rapidamente a situação financeira e econômica em nosso país, e provocar pânico nos mercados, colapso do sistema bancário e escassez em grande escala de bens em lojas. Mas é seguro dizer que tal política em relação à Rússia falhou”, disse Putin em uma reunião sobre questões socioeconômicas.

O mandatário russo ressaltou que “a estratégia de guerra-relâmpago econômica falhou”.

“Além do mais, as sanções não foram isentas de custos para os próprios iniciadores, refiro-me ao aumento da inflação e do desemprego, à deterioração da dinâmica econômica nos EUA e nos países europeus, ao declínio do nível de vida dos europeus e à desvalorização das suas poupanças. A Rússia, como já disse, resistiu a esta pressão sem precedentes. A situação está se estabilizando”, notou Putin.

O líder russo solicitou ao governo para continuar a expandir seu programa de medidas de emergência para lidar com a pressão ocidental, inclusive acelerando a transição para o comércio exterior em rublos e as moedas dos parceiros comerciais da Rússia.

“As restrições impostas à Rússia por países hostis, sem dúvida, têm afetado as possibilidades de nossos negócios, complicado a logística de entrega em exportação e importação, e criado obstáculos para o pagamento. É necessário ajudar os empresários a resolver estes problemas, especialmente acelerando a transição do comércio exterior ao processamento dos pagamentos em rublos e em moedas nacionais de países que são parceiros comerciais confiáveis”, disse ele.

Rússia conseguiu alcançar uma balança de transações correntes no primeiro trimestre de 2022 de mais de US$ 58 bilhões (cerca de R$ 272 bilhões), sendo este valor “um histórico máximo”, disse Putin.

Atualmente, Moscou e a UE estão em desacordo quanto ao pagamento de futuras entregas de gás, pois Bruxelas rejeitou a exigência de pagamentos em rublos feita por Moscou. O Kremlin diz que moedas como o dólar e o euro ficaram comprometidas pelas sanções e que a Rússia não entregará gás de graça.

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