Talibãs exibem armas em desfile militar após a saída das tropas americanas do Afeganistão

Extremistas passaram pelas ruas de Kandahar, 2ª maior cidade do país, com armas e veículos do exército afegão, muitos deles produzidos pelos EUA, que foram capturados após a tomada da capital Cabul.

Membros do grupo extremista Talibã exibiram armamento pesado em um desfile militar nesta quarta-feira (1º) para comemorar a o fim da ocupação americana de 20 anos no Afeganistão.

Imagens divulgadas em redes sociais mostram centenas de militantes pelas ruas de Kandahar, segunda maior cidade do país, com equipamentos do usados pelo exército afegão.

Muitos dos veículos blindados e das armas automáticas foram produzidas pelos Estados Unidos nas últimas décadas. Os equipamentos foram capturados pelos talibãs após a retomada da capital Cabul.

Mavlave Abdul Ghafor, governador talibã de Kandahar afirmou que o desfile foi preparado por ocasião do Dia da Independência, como vem sendo chamada pelo grupo a saída das tropas.

Na terça-feira (31), o Talibã disparou tiros de comemoração em Cabul e exibiu caixões envoltos em bandeiras dos EUA, da Otan e de aliados em um “enterro” simbólico das potências mundiais.

Fim da ocupação

Na segunda-feira (30), os EUA encerraram as duas décadas de ocupação militar no território afegão e anunciaram a saída do seu último soldado marcando o fim da mais longa guerra americana.

Segundo o Pentágono, mais de 120 mil americanos foram retirados do Afeganistão nas últimas duas semanas. Cerca de 500 cidadãos teriam optado por se manter no país.

A guerra mais longa dos EUA cobrou as vidas de quase 2.500 soldados e aproximadamente 240 mil afegãos e custou cerca de 2 trilhões de dólares.

Depois da saída dos americanos, o porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid, afirmou que o Afeganistão quer manter boas relações com os americanos e o resto do mundo.

O fim da ocupação americana ocorreu quase 20 anos após a invasão do Afeganistão, que foi realizada meses após os ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001.

O Talibã comandava o país desde 1996 e foi acusado pelos americanos de esconder e financiar membros da Al-Qaeda, grupo terrorista comandado por Osama bin Laden e responsável pelo atentado.

O grupo extremista foi expulso do poder com a invasão americana em 2001, e voltou a comandar o país no dia 15 de agosto de 2021, após o presidente Ashraf Ghani fugir do país e o grupo tomar a capital Cabul.

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